Da Agência Brasil
Brasília - O movimento de mulheres de Pernambuco realiza a partir de hoje (24) até domingo (30) uma série de manifestações para cobrar implementação da Lei Maria da Penha e a ampliação dos serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência no estado. As manifestações tiveram início esta tarde, em Recife, com um apitaço.
Amanhã (25), a Praça da Independência, no centro da capital pernambucana, será ocupada durante todo o dia por atividades educativas. Também estão marcadas uma audiência pública com participação de gestores e da população e uma caminhada em direção ao Palácio da Justiça. No mesmo dia, serão fixadas em um grande varal, 245 pipas com os nomes das mulheres assassinadas do início do ano até o dia 18 deste mês.
As ações fazem parte do Dia Internacional pelo Fim da Violência contra a Mulher, celebrado nessa terça-feira.
Segundo a coordenadora colegiada do Fórum de Mulheres de Pernambuco, Rejane Pereira, para que a Lei Maria da Penha seja implantada no estado, é preciso ampliar outras políticas de estado, como ampliar a atução do Tribunal de Justiça, criando Varas Criminais e Defensorias Públicas nos municípios.
“É desumano o tratamento que as mulheres pernambucanas recebem. É preciso que a lei saia do papel e faça parte da vida dessas mulheres”, destaca a representante.
De acordo com o Fórum, Pernambuco continua com poucos serviços disponíveis para as mulheres vítimas de violência. Dos mais de 180 municípios, apenas dois - Recife e Olinda - possuem centro de referência e casa abrigo e somente quatro cidades possuem Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher. Os serviços de atendimento às vítimas de violência sexual estão centralizados na capital, o que dificulta o acesso às moradoras de outras regiões.
“A distância muitas vezes contribui para que mulheres desistam de registrar ocorrências. Em outras situações, elas até procuram, mas até que a Justiça se pronuncie, muitas acabam sendo assassinadas”, aponta Rejane Pereira.
Governo do estado, prefeituras e organizações da sociedade civil foram convidados a participar da semana de mobilização, para que possam acompanhar de perto as dificuldades encontradas pelas mulheres na hora de buscar ajuda. De acordo com Rejane Pereira após a criação da Lei Maria da Penha o número de denúncias aumentou muito no estado. “A denúncia aumentou, mas o que falta é atendimento”, explica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário