sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Bahia: em quatro casamentos, há uma separação.

Para cada quatro casamentos realizados em 2007, foi registrada uma separação. É o que mostra a Estatística do Registro Civil, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). De acordo com o estudo, em 2007, foram realizados 916.006 casamentos no país, 2,9% a mais do que em 2006. Já o número de dissoluções - soma dos divórcios diretos sem recurso e separações, chegou a 231.329, a maior taxa na série mantida pelo IBGE desde 1984.
Em 23 anos, a taxa de divórcios teve crescimento superior a 200%, passando de 0,46%, em 1984, para 1,49%, em 2007. Em números absolutos, os divórcios concedidos passaram de 30.847, em 1984, para 179.342 em 2007. Em 2006, esse número foi de 160.848.
De acordo com a pesquisa, em 2007, a idade média no primeiro casamento para os homens foi de 29 anos e, para as mulheres, 26 anos.
Ainda predominam os casamentos realizados entre indivíduos solteiros. Mas, nos últimos dez anos, o instituto mostra uma tendência de declínio constante da proporção de uniões entre solteiros, que passou de 90,1%, em 1997, para 83, 9% em 2007.
As estatísticas revelam que, por outro lado, é crescente a proporção de casamentos de indivíduos divorciados com cônjuges solteiros. Os percentuais mais elevados são observados entre homens divorciados que casaram com mulheres solteiras. De 1997 a 2007, esse percentual passou de 4,4% para 7,1%. Já as uniões entre mulheres divorciadas com homens solteiros passaram 1,9% para 3,7% no mesmo período.
O IBGE chama a atenção ainda para o aumento de casamentos entre cônjuges divorciados, que cresceu de 1,1%, em 1997, para 2,5% em 2007.
A pesquisa mostra ainda que uma em cada cinco mulheres que ficaram grávidas no país em 2007 tinha entre 15 e 19 anos. O índice médio de gestações nesta faixa etária foi de 19,3% no país. Mas nos estados do Maranhão e do Pará essa taxa chegou a 25%, o equivalente a um em cada quatro partos.
Embora esse índice venha caindo no país, ainda é uma situação social preocupante, na avaliação do gerente de estatísticas vivas do IBGE, Cláudio Crespo.
"A questão tem que ser olhada sobre o aspecto social. Até o que se tem em mente da participação da mulher hoje na esfera educacional, no mercado de trabalho, por esse aspecto, esse tema se torna relevante”.
Em 2007, foram registrados 2.750.836 nascimentos no país. Um fato que chamou atenção dos pesquisadores foi a queda gradual no índice de subnotificação de nascimentos em todo o país. A subnotificação representa um bebê que não foi registrado, significando que essa pessoa não existe oficialmente e no futuro não poderá freqüentar a escola, tirar documentos, ou ter um emprego formal, por exemplo. No entanto, a taxa de subnotificação ainda é alta nas regiões Norte e Nordeste.
O IBGE constatou ainda uma tendência de redução nas taxas de mortalidade infantil entre crianças com até um ano de idade, mesmo considerando os casos de nascimentos e mortes de bebês que não foram registrados. Principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país.


Por Roberta Cerqueira
Tribuna da Bahia

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